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Atualizado em 03/12/2024 às 17:05
“Poderia ter acontecido uma tragédia. Ganhamos uma nova vida”, afirma o presidente do Ipiranga de Sarandi, sobre o acidente com o time sub-11
Ônibus que transportava crianças do clube sofreu acidente na madrugada de segunda-feira, 2 de dezembro. Presidente Ozeno Picolo atualizou sobre estado de saúde dos feridos.

Chovia na madrugada de segunda-feira, 2 de dezembro, quando o ônibus que transportava as crianças, pais e treinadores do time sub-11 do Ipiranga de Sarandi se envolveu em um grave acidente na BR-158, em Condor.
O veículo retornava à região, trazendo de volta o grupo que participou de um campeonato no Sul do Estado, quando colidiu frontalmente com um caminhão que seguia no sentido oposto. O motorista do caminhão, identificado como Leomar Barbosa Tolentino, 56 anos, morreu no local.
No ônibus de Sarandi, 24 pessoas ficaram feridas, a maioria crianças. Todas tiveram de aguardar, no breu da madrugada, a chegada dos veículos de socorro. Oito pessoas, entre crianças, pais e treinadores, foram internadas em hospitais de Panambi, Condor e Sarandi.
Nesta terça-feira, 3 de dezembro, todos receberam alta. Contudo, a memória e os ferimentos do acidente ainda permanecerão por bastante tempo na memória dos envolvidos, relatou o presidente do Ipiranga, Ozeno Picolo, em entrevista ao Arena 104.
Picolo não viajou com o grupo, pois tinha outro compromisso com o clube em Sarandi no mesmo dia da competição no Sul do Estado. Ele então conversou com os internados, vem acompanhando a evolução dos feridos e conversando com os pais. Emocionado, disse ainda estar assimilando o acidente.
– Poderia ter acontecido uma tragédia. Infelizmente o motorista do caminhão morreu imediatamente. Nós tínhamos internados mãe, pai, filhos, treinadores. Se acontecesse alguma coisa teríamos a maior tragédia da nossa cidade. Uma das treinadoras foi arremessada para fora do ônibus e por um livramento caiu em uma lavoura de terra vermelha, sofreu apenas uma lesão no tornozelo. Todos nós ganhamos uma nova vida. O Natal da gente e o fim de ano vai ser de agradecimento, temos uma nova vida – comentou o Picolo.
Embora todos os internados tenham recebido alta, Picolo demonstra preocupação com a saúde física e, principalmente, com o aspecto mental das crianças. “A gente está falando em ferimentos leves, mas são pontos [suturas]. Cinco, dez pontos na perna, no rosto, nos braços. E são crianças”, diz. “E também tenho falado com alguns pais. Recebi relatos de crianças chorando hoje pela manhã, na mesa do café. Os pais choram também pensando no tamanho da tragédia que podia ter acontecido”, completa.
O presidente afirma que o clube agora vai trabalhar com uma psicóloga para tratar as crianças e também os pais. O objetivo é tranquilizar os meninos e os familiares, já que viagens são frequentes no clube, sempre envolvido em competições em diversas regiões.
Referência regional com o trabalho de categorias de base, o Ipiranga atende cerca de 350 crianças em turno integral.
Confira a entrevista completa do presidente do Ipiranga aqui.