Do armazém da cooperativa à feira da soja: conheça curiosidades dos 65 anos da Expofred

A partir desta sexta-feira, 25 de abril, o Grupo Chiru traz uma série de reportagens com todas as informações sobre a Expofred, que se consolidou como uma das maiores feiras multissetoriais do Rio Grande do Sul.

Não é um exagero dizer que a Expofred nasceu junto com Frederico Westphalen. Em 2025, o município completou 70 anos, enquanto a feira celebra seu 65º aniversário. Mas a exposição nasceu de uma maneira bem diferente daquela que vemos hoje, a começar pelo nome e pelo local de realização.

Em vez de multissetorial, como é hoje, a exposição iniciou unindo duas forças econômicas de FW: o agro e a indústria. Foi assim que surgiu a 1ª Exposição Agropecuária e Industrial de Frederico Westphalen, realizada em abril de 1960, no recém-inaugurado armazém-silo da Cotrifred.

Um dos registros fotográficos guardados pelo pesquisador e historiador Wilson Ferigollo mostra a comissão de recepção da feira.

O modelo funcionou e foi repetido no ano seguinte, em 1961, já sob o nome de Exposição Regional, mas foi interrompido e só retornou em 1969, sob a liderança do prefeito Nerone Campos. À época, o evento foi chamado de Feira Municipal da Soja (Femuja).

O início da era Expofred

Depois de ar pelo armazém da cooperativa e ainda ter edições realizadas no Colégio Agrícola e no Salão Paroquial, a feira chegou ao Clube Ipiranga, onde pela primeira vez recebeu o nome de Expofred. O ano era 1976, e a exposição de suínos foi um dos destaques, assim como a da cana-de-açúcar - em alta na região.

Nos anos seguintes, a feira continuou crescendo em volume de expositores, negócios e visitantes, mas ou por um período de arrefecimento, já que as exposições foram interrompidas após 1980, retornando somente em 1990.

A “Lei Mariotti” e as feiras no Parque de Exposições

Atual palco das feiras, o Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batistella ou a ser usado a partir de 1990, mas a ideia de o município possuir um terreno próprio para a feira nasceu em 1979. Foi nesse ano que o vice-prefeito da época, e então prefeito em exercício, Darcy Mariotti, assinou o decreto expropriatório da área que hoje é o parque.

O caso rendeu polêmica e disputas jurídicas, mas terminou com um acordo. O “canetaço” de Mariotti tornou a área de utilidade pública e garantiu ao município o espaço necessário para organizar as feiras, que só retornariam nos anos 1990.

No ano da retomada, mais de 230 expositores e 60 mil visitantes aram pelo parque. Na edição seguinte, em 1992, já eram 100 mil visitantes. Até a RBS participou, com Lasier Martins apresentando o Jornal do Almoço direto do parque.

65 anos de negócios e grandes shows

Com o ar dos anos e a chegada do século XXI, as novas edições da feira se tornaram mais parecidas com o modelo atual: mais dias de evento, espaços para expositores de diferentes segmentos da economia e campanhas de divulgação consolidadas.

Nessa nova fase, surgiram também os grandes shows, chamarizes de público. Já aram atrações como Engenheiros do Hawaii, João Luiz Corrêa, Rick & Renner, Daniel, Titãs, Zezé Di Camargo & Luciano, Charlie Brown Jr., Luan Santana, Michel Teló, Luiz Marenco, Marcos & Belutti e Dinho Ouro Preto, dentre outros artistas de renome nacional. Talentos locais também sempre tiveram palco na feira.

É comum ver lideranças políticas marcando presença na feira, como fizeram os candidatos ao governo do Estado em 2010 — Tarso Genro, José Fogaça e Yeda Crusius — ou o vice-presidente em 2022, Hamilton Mourão.

Para a edição deste ano, cuja tradição de grandes atrações está mantida, a organização aposta também no retorno ao protagonismo do agro, com o pavilhão Expofred Conexão Agro, sem perder de vista aspectos como inovação, comércio, indústria e serviços.

A estimativa é que, de quarta-feira, 30 de abril, a domingo, 4 de maio, 150 mil pessoas em pelo parque. Serão cerca de 350 expositores e 500 estandes.

*Fontes: pesquisador Wilson Ferigollo e site da Expofred